terça-feira, 10 de maio de 2011

Diferente de todas as outras vezes que postei aqui, não haverá correções, não haverá ajustes para que haja nexo ou coerência no que escrevo; escreverei na velocidade desenfreada de meus pensamentos para não deixar passar nenhuma nuance de minha confusão, como uma bola de poeira e galhos secos a rodar pelo asfalto após a passagem de algum carro indo para um lugar que não interessa, pois o que interessa é o que levou tempo para se agregar e que se desfaz à sua passagem.
Eu não faço parte da poeira, não faço parte de nada, agora; eu sou aquela que observa de longe e espera que o tempo passe e as coisas sigam adiante. Não há nada que possa fazer, nada que possa segurar nas mãos translúcidas. É tudo areia, areia no vento.
Não consigo ver a cor do sol, tudo está eternamente cinza. O calor existe, porém o nada prevalece. O vento é tudo o que é possível sentir, balançando os cabelos.
A velha esperança de que alguém pare em seu caminho e olhe para mim, ao menos, veja que estou ali, antes de ir embora.
Nada.
É andar e andar. A certeza de que nunca chega cada vez mais presente. Mas a estrada segue e, enquanto ela seguir,
eu sigo.